quinta-feira, 10 de março de 2011

Fotos da 1ª Palestra- Almoço







O RISCO DO NEGÓCIO E O RISCO DA FÉ - 1ª Palestra

O RISCO DO NEGÓCIO E O RISCO DA FÉ.
Sobre o papel da fé no mundo dos negócios

A. Preliminares
“Quem não arrisca não ganha”. Com os termos desse provérbio quero saudar os irmãos e as irmãs, agradecendo pelo convite de participar deste almoço e pela oportunidade de lhes dirigir a palavra. Tenho acompanhado com vivo interesse o engajamento de empresários cristãos evangélicos, luteranos em pautar suas atividades pelos princípios de Jesus Cristo, e às vezes tenho podido contribuir com algumas reflexões. Na qualidade de Igreja de Jesus Cristo não podemos desinteressar-nos pelo mundo dos negócios e da economia e deixá-lo entregue aos cuidados de outros. O bem geral e a paz social estão em jogo do que de momento é prova cabal a rebelião popular em diversos países árabes. Desemprego e exclusão social são os proeminentes motivos dos protestos. Empreender é um dom de Deus, sim. Eu diria até mais! Empreender é um mandato de Deus, um serviço essencial à coletividade, premissa de prosperidade e sustentabilidade. Nem todos receberam este dom na mesma proporção. Os carismas são diversos. E, no entanto, a Igreja faz bem em lembrar que empreender é um dos carismas importantes, de que o corpo social tem necessidade. Então, eu me alegro com a existência do grupo do GEELNH e desejo para as suas atividades as mais ricas bênçãos. 

Fui solicitado a trazer algumas idéias sobre o tema: “O risco do negócio e o risco da fé.” Se entendo bem, trata-se de sondar a relação entre as convicções religiosas de um lado e a realidade às vezes fria e brutal dos negócios, de outro. A fé pode ajudar a suportar o risco do empreendedor? Ela poderá direcionar os negócios e cooperar para o sucesso? Ser empresário cristão, que significa isto? Vivemos na igreja e no mundo, somos cidadãos tanto do reino de Deus quanto da sociedade secular. Como combinar as duas identidades? Deverão permanecer estanques lado a lado, sem interferência mútua, de modo que nossa vivência cristã se limita aos domingos, enquanto durante o resto da semana somos iguais aos tantos outros que não perguntam por Deus e religião? Dentro do espaço disponível e dentro das minhas possibilidades tentarei dar resposta.

Aliás, risco é uma componente da vida humana. Não podemos evitá-lo por completo. Claro, a medicina alerta que a saúde exige a eliminação dos assim chamados “fatores de risco”, a exemplo de sedentarismo, estresse, fumo e outros. As pessoas devem colaborar na prevenção contra a doença. Existem os riscos supérfluos. Quem arrisca demais, pode-se dar mal. Ainda assim, uma vida sem riscos é ficção. Sempre que tiramos o carro da garagem e nos enfiamos no trânsito da cidade, nós nos expomos a perigos. A alimentação, as nossas amizades, a prática do esporte, tudo está onerado de riscos. Podemos sofrer danos, sim. Mas trata-se de riscos inevitáveis. Quem vive permanentemente em ambientes assépticos não consegue desenvolver imunidade física. Assim acontece em inúmeros outros casos. Existem enfim os riscos obrigatórios. Menciono a opção em favor de determinada profissão. Será que ela vai corresponder às minhas expectativas e às minhas habilidades? Não tenho garantias. Mesmo assim devo arriscar. O mesmo vale com respeito à escolha do cônjuge. Será que o matrimônio vai dar certo? Sempre que futuro está em jogo, não há certeza quanto ao sucesso. Mesmo assim somos obrigados a arriscar. “Quem não arrisca, não ganha”, diz o provérbio.     

B. A fé entre certeza e incerteza
Também a fé implica em risco. E ele é obrigatório. Pois todas as pessoas têm e devem ter o seu credo. Também ateus crêem em alguma coisa. Evidentemente eles não crêem em Deus, mas não deixam de crer em algo. Eles têm o seu sistema de valores, suas convicções, apostam em alguma verdade. Pode haver, isto sim, pessoas “a - religiosas”, sem inclinação à devoção ou a rezas. Mas fé e religiosidade são coisas distintas. Eu sustento e posso comprovar que toda pessoa possui alguma fé. Ateus ou agnósticos não gostam de admiti-lo. Não obstante, são crentes também eles. Incrédulos na verdade não existem. A pergunta não é se você crê ou não. A questão crucial é em que você crê. O ser humano pode crer em muitas coisas, a exemplo da força auto-reguladora do mercado. Ou então se acredita que toda pessoa tem o seu preço. Assim eu o ouvi tempos atrás de um Deputado Federal. Queria dizer que dinheiro compra tudo, compra votos, compra adesão partidária, compra cumplicidade com o crime. Mensalão é poderoso. Importa ter a verba em quantidade suficiente. Diz o credo subjacente a essa convicção que todo ser humano tem o seu preço, maior ou menor, pelo qual pode ser cooptado. Será correto isto? De qualquer maneira, não há alternativa para a fé.  Nós somos obrigados a crer. Devemos definir os nossos princípios, as normas de nossa conduta, nossa visão das coisas.

Na condição de cristãos recebemos os conteúdos da fé através de Jesus Cristo. Com ele aprendemos que Deus é amor, manifesto já na criação do universo, como também na acolhida graciosa do ser humano e na promessa de vida que lhe dá. Podemos dirigir-nos a Deus com toda confiança, invocando-o “Pai Nosso”. Ele é nosso esteio, a fonte de nossa esperança, a força para resistir ao mal. Neste Deus nós cremos e dele recebemos a orientação para conduzir a vida. Se Deus é amor, o principal compromisso do ser humano não pode ser outro. Somos chamados a amar a Deus e ao nosso próximo. Este é o principal mandamento. O Deus de Jesus Cristo compromete com uma visão generosa do mundo, empenhada em promover a paz, a justiça, o bem da criação. Com tais parâmetros, a fé cristã se distancia de outras propostas que priorizam a maximização do lucro, por exemplo, ou o progresso por conta da qualidade de vida de outras pessoas.  

Crer em tal Deus significa um risco. Não há provas de sua existência e os vestígios de seu amor são por demais fracos para vencer as dúvidas. Mas fé é assim mesmo. Assemelha-se à confiança. Até mesmo com ela se identifica. Na explicação do primeiro mandamento Lutero escreve assim: Devemos temer e amar a Deus e confiar nele acima de todas as coisas. Fé é exatamente isto, a saber, respeito, amor e confiança. É característica da confiança que ela desiste de garantias. Caso ela acha que as deve exigir destrói-se a si mesma. Ela é sempre incondicional, completa ou integral, ou já foi corroída pela desconfiança. Se eu colocar um detetive nos rastos de meu cônjuge para ter o flagrante de sua eventual infidelidade, a suspeita prevaleceu sobre a confiança. Assim como esta, também a fé não pode contornar o risco. Deve apostar mesmo sabendo que ela pode revelar-se como ilusão.

E, no entanto, não é esta a verdade toda. Pois embora a fé deva ser incondicional, não se lhe permite que seja cega. Acreditar em qualquer coisa seria sinal de tolice, de imperdoável ingenuidade, de irresponsabilidade. É forte a concorrência dos propagandistas no mercado religioso. Eles disputam a fé das pessoas, procurando atrair adeptos, conquistar fregueses e vender as suas receitas. Ora, também no mundo da religião nem tudo o que brilha é ouro. Credos precisam ser testados. Alguns deles podem causar terríveis estragos tanto pessoais como sociais. Certamente a fé não dispõe de provas. Ela não pode contornar o risco. Mesmo assim, ela se apóia em argumentos. A fé cristã tem plausibilidade, tem sua razão de ser. Faz sentido amar o próximo. E como seria um mundo sem aquele Deus a quem dirigimos nossas preces? Não posso explorar o assunto. Mas preciso chamar a atenção, que o risco da fé não é absurdo nem coisa impensada. A fé no Deus de Jesus Cristo não é risco supérfluo, e, sim, indispensável. Estamos prontos a dizer por quê.

Na teologia luterana distinguimos entre certeza e segurança. Esta última é incompatível com a fé, aliás, com fé de qualquer tipo. Em termos de fé não pode haver segurança. Ela se aventura e aposta em alguma coisa. Ainda assim, a fé tem certezas. Em termos cristãos elas provém da notícia do evangelho e de experiências de vida. Há momentos em que sentimos fortemente a mão de Deus e percebemos sua presença. Quem não for de todo insensível ficará sensibilizado com as maravilhas da natureza, com a beleza da flor, com a gratuidade de que vivemos, com o amor que experimentamos. São vestígios de Deus que nos tocam. O risco não vai desaparecer. Mas ele vai ser assumido conscientemente. Alguém disse certa vez: “Se no final da vida minha fé se revelar como ilusão, serei grato mesmo assim, pois este engano valeu mais do que muitas verdades.” Não precisamos acompanhar este depoimento radical. Pois a fé não fica sem evidências, sendo que o valor prático da fé representa um dos fortes argumentos em favor de sua validade.

C. O negócio e a motivação da fé
Também o negócio implica em riscos. Isto porque fé é uma das importantes premissas do negócio. Refiro-me à fé em termos gerais, no sentido de confiança. A mais recente crise econômica, cujos efeitos ainda não foram de todo superados, abalou a confiança no sistema financeiro global. Mostrou assim, que confiança é a base também da economia. E, com efeito, não se faz negócio sem a convicção de que vai dar certo, que vai render e que vale a pena. Não se negocia com clientes suspeitos, mal conceituados, fraudulentos. Pessoas ou Estados inadimplentes enfrentam enormes dificuldades para conseguir empréstimos. Não são considerados dignos de crédito. Os parceiros devem ser confiáveis. Também nesse caso, pois, importa reduzir os fatores de risco e privilegiar os investimentos ditos conservadores. Não queremos sofrer prejuízos. E, no entanto, negócio absolutamente seguro será a exceção. Sempre permanece um risco. Já que não se pode prever o resultado, não há garantia de sucesso. Nesse sentido existe certa analogia entre a fé cristã e o negócio.

É o que pretendo desdobrar, refletindo primeiramente sobre o risco, a seguir sobre as perspectivas do sucesso e, finalmente, sobre os objetivos do negócio. Devo alertar que não sou especialista em assuntos de economia nem de filosofia empresarial. Falo como leigo, ou seja, como observador externo numa perspectiva teológica.  Acredito, porém, ser desnecessário ser economista para perceber algo do que está acontecendo na bolsa de valores, no mundo dos bancos, das grandes empresas, da política e dos demais agentes econômicos. Não posso esconder sérias preocupações. A consciência cristã não permite simplesmente calar a boca. Em caso de afirmação errada ela pede esclarecimento orientador da parte dos peritos. Estamos todos dentro do mesmo barco, lutamos pela nossa sobrevivência e carregamos nossa parcela de responsabilidade. Nessas condições, assumo o risco de alguns comentários.

1. Sobre o risco

Empresário cristão, assim como qualquer outro, procurará assegurar o bom êxito de seu empreendimento. Isto exige competência, “know how”, informação e sensibilidade para as chances do momento. Não se permite a ação impensada. Assim como no caso da fé o risco precisa ser avaliado antes de ser assumido. Seria absolutamente estúpido culpar Deus pelo insucesso de uma empreitada quando a culpa é claramente humana. Por outro lado o medo do fracasso não nos permite cruzar os braços. Novamente vale: “Quem não arrisca, não ganha.” Lembro a parábola dos talentos no evangelho de Mateus (cap. 25,24s). De acordo com ela um homem confiou seus bens a seus empregados para com eles negociar. Dois o fizeram, conseguiram duplicar a fortuna de seu senhor e foram por ele elogiados. Enquanto isso o terceiro, receoso e preguiçoso, enterrou a sua parte e a devolveu no dia da prestação de contas. Ele foi severamente penalizado. Deus quer coragem no negócio, e o risco é nenhuma desculpa para se recolher.

A minimização do risco, porém, não se resume numa simples questão individual. Os riscos podem ser de ordem estrutural. O mais competente empresário nada consegue fazer, se as condições externas forem desfavoráveis. Esses fatores que estrangulam a iniciativa privada, principalmente o micro e médio empresário, são múltiplos e não raro significam desmotivação para quem se aventura a entrar no mercado. Penso em barreiras burocráticas, em carga excessiva de impostos, nas distorções cambiais, numa política inadequada de preços e muito mais. Menciono ainda as precárias condições de infra-estrutura, a exemplo de transporte e fornecimento de energia. Às vezes o empresário, na tentativa de promover o seu negócio, deve passar por verdadeiro calvário devido a uma falta de política que o favoreça. Não preciso entrar em detalhes. Diminuir os riscos do negócio significa neste caso reivindicar apoio por parte do poder público e a remoção de entraves.

Tal meta exige até mesmo acordos internacionais. Vivemos num mundo cada vez mais interdependente. Por isto mesmo tornam-se imprescindíveis medidas de controle do mercado internacional que venham inibir a especulação. Se os investimentos financeiros renderem mais do que os produtivos, algo está mal. A especulação não só com moedas como também com “commodities” a exemplo do petróleo e de gêneros alimentícios, já chega a beirar a criminalidade. Produzem vítimas, inclusive entre a classe empresarial e multiplicam o risco de falência. O mercado como tal desconhece ética. Mas de seus agentes deve ser cobrada conduta voltada para a justiça e o bem da coletividade. Precisamos de regras que inibam o egoísmo e a ganância e que evitem a repetição das bolhas especulativas que quase jogaram a economia mundial no precipício.

A ameaça de um caos econômico persiste. Justamente por isto é preciso resistir à tentação de jogar a culpa por eventual fracasso no negócio exclusivamente em cima da pessoa individual do empresário. O risco consiste em boa medida nos mecanismos estruturais que determinam o desempenho da economia. A consciência cristã vai insistir em correção das distorções, alertando para o perigo que representam. Nessa denúncia os empresários como diretamente atingidos terão um papel fundamental.

2. Sobre o sucesso

Se o risco do negócio é multifacetado, o sucesso também o é. Como já foi exposto, condiciona-se tanto à competência individual, quanto fatores estruturais. A crise do calçado aqui em Novo Hamburgo, por exemplo, resultou majoritariamente da concorrência global. Somente aos poucos o fantasma do “made in China” está sumindo Ainda não se encontrou remédio realmente eficaz contra a exploração da mão de obra barata em outros continentes e dos efeitos desastrosos que produz tanto para os trabalhadores aqui como lá. Quais são os pressupostos de uma economia saudável? O sucesso se condiciona a que? Existem algumas evidências a exemplo de tecnologia avançada, administração honesta dos bens, disciplina e moral de trabalho. Nada mais prejudicial ao sucesso do que corrupção; clientelismo; inchaço da máquina estatal; desvio de verbas públicas e outros vícios. Uma das grandes condições do sucesso é a ética. Os vilões podem ter sucesso momentâneo, mas na realidade promovem o colapso da economia.  

Preciso intercalar aqui um alerta contra o abuso da fé como receita de sucesso. Assim o afirmam as tais das religiões da prosperidade. Asseguram que Deus não vai negar a bênção a quem investe financeiramente na igreja e crê que Deus devolve o capital com ricos juros. Caso isto não acontecer houve falta de fé. Isto até mesmo é diabólico. Pois o insucesso é sempre atribuído ao investidor que deve considerar-se um fracassado. Na Bíblia fé é outra coisa. Nada tem de mágico. Dificilmente podemos acusar Jesus Cristo de falta de fé. Mesmo assim acabou na cruz. Por acaso fracassou? Não! Resistiu à tortura e mesmo à morte. Deus o ressuscitou. O cristão não tem a promessa de ser poupado das experiências amargas na vida, nem mesmo do fracasso no negócio. Mas Deus lhe assegura que sua mão não o vai soltar, que vai sustentá-lo também no sofrimento e que vai dar-lhe uma nova manhã. Fracassos e golpes não nos deveriam derrubar. Nem sempre são provocados por culpa própria. E mesmo se forem, a fé é força para reiniciar.  

3. O mandato empresarial

O pão de cada dia sem dúvida é dádiva de Deus. Sem a terra, sem o sol e a chuva, sem a riqueza das plantas e dos animais não teríamos condições de vida. Mas o pão precisa ser produzido. Ele não cai do céu. Aliás, conforme Lutero o “pão nosso de cada dia” se refere a tudo o que é necessário para a vida, incluindo comida, casa, roupa, bom governo, bom tempo, paz, saúde, emprego, bons vizinhos e coisas semelhantes. Para assegurar as condições de vida nós precisamos da agricultura, da indústria, da política, das empresas. Precisamos de empresários que ajudam a produzir o pão de cada dia. Daí porque eu disse que empreender é um mandato divino. Não tem o direito de pedir pelo pão de cada dia quem foge do trabalho. Então, é este o nobre objetivo da atividade empresarial, a saber, ajudar a providenciar as condições de vida do ser humano. Ela presta um serviço social.

Isto significa que a geração de lucros já não pode ser prioritária. Evidentemente toda firma deve cuidar da rentabilidade. Também o empreendedor cristão tem esse dever. Lucro não é coisa do diabo. Mas deve estar a serviço do ser humano. Existe uma desproporção que é perigosa e que é responsável não só por crescente desigualdade social como também pela escassez de trabalho na sociedade de hoje. Desempregados sempre representam um potencial de violência. O capitalismo sabe produzir, mas é falho na distribuição. A sorte do capitalismo vai decidir-se no mercado de trabalho. Poderá providenciar emprego para a crescente avalanche de mão de obra que invade o mercado? Será capaz de simultaneamente preservar o meio ambiente? Nós não podemos crescer infinitamente. O espaço de vida é limitado. Até agora se apostou tão somente no crescimento do PIB, portanto no crescimento quantitativo. Ainda nos falta uma proposta de crescimento qualitativo, de economia sustentável. A consciência cristã deve o alerta à comunidade internacional.

D. Coragem para crer e para empreender

Cristãos não têm a possibilidade de se isolar do mundo em que vivem. Ninguém o pode. Estamos sujeitos às regras vigentes no País, negociamos todos com a mesma moeda, trabalhamos sob o mesmo regime político e econômico. Ninguém consegue desembarcar da canoa que a todos carrega. O mesmo se aplica ao empresário cristão, sim, a ele com especial pertinência. Ele não pode refugiar-se num mundo alternativo e ignorar as condições econômicas do momento. Caso o tentar irá à falência, lesando os empregados e por extensão os demais cidadãos. Também o empresário cristão deve acomodar-se às possibilidades existentes.

E, no entanto, a fé faz com que essa acomodação seja crítica, não simplesmente passiva. Jesus atribuiu a seus discípulos a função de fermento. É exatamente isso que devemos ser. Não estamos em condições de implantar o reino de Deus nesta terra, nem de substituir o atual sistema econômico por outro, alternativo. Mas espera-se de cristãos que de alguma forma preparem a chegada desse reino através de sinais de renovação. Assim também no mundo dos negócios. Se não conseguirmos mudar a prática, manifestemos a nossa discordância pelo discurso. Estou plenamente convicto de que um empresariado que conclama ao bom senso e apela à responsabilidade coletiva vai chamar alguma atenção.

Para tanto, evidentemente corremos riscos. Repito que não animo a assumir riscos impensados, absurdos, estúpidos. O risco deve ter fundamento e pretender o benefício. É este o caso do risco da fé. Mas é o caso do risco do negócio também. Deve valer a pena. Não existe garantia de sucesso. Mas esperança de bom êxito tem. Volto a lembrar a sabedoria do provérbio que diz: “Quem não arrisca, não ganha.” A coragem para arriscar se nutre não por último da certeza de que mesmo em caso de perda ou insucesso não estamos sozinhos. Quando caímos sempre existe uma mão que nos apara. Isto nos anima a empreender e a engajar-nos na produção dos bens de que as pessoas precisam para ter o “pão de cada dia”. Rogamos a Deus que abençoe o nosso labor.

P. Dr. Gottfried Brakemeier
Novo Hamburgo, 3 de março de 2011.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Convite 1ª Palestra-Almoço

Clique na figura para ampliar

Teremos como Palestrante Inaugural o P. Dr. Dr. h. c. Gottfried Brakemeier, que na década de 90 foi o P. Presidente da IECLB durante oito anos, assim como da Federação Luterana Mundial durante quatro anos. Sua palestra discorrerá sobre o “Risco do Negócio e o Risco da Fé”, ou seja, a importância da Igreja como um espaço de apoio espiritual para todos, também para a classe empreendedora.


LOCAL
Comunidade Evangélica da Ascensão - IECLB
Rua Bento Gonçalves, 2394, Centro
Clique aqui e veja como chegar (Google Mapas)